quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Castigo?

Estamos passando por um momento delicado no mundo todo. Tenho visto muitas pessoas falando muitas coisas, algumas que concordo e outras que discordo. 

Tenho acompanhado o futebol, pois dentre os esportes mundiais é o que mais gosto e por ser brasileiro, acompanho mais o nosso futebol. E infelizmente o que tenho visto não é muito animador. Vejo alguns clubes mais preocupados em exercer o seu poder do que contribuir para o crescimento do futebol brasileiro.

A partir desse ano o Flamengo tem mostrado que tem maior interesse em mostrar aos outros clubes a força que tem do que contribuir para elevar o nível do futebol brasileiro. Nos últimos anos fez coisas que acho muito bacanas e que deveria servir de inspiração para outros clubes, porém, este ano, na minha opinião, tem cometido equívocos.

O Flamengo passou um período de aproximadamente 5 anos, “arrumando a casa”, brigava pra não cair, quase caiu pra segunda divisão do campeonato brasileiro, não fazia grandes contratações, não contratava grandes técnicos, não disputava títulos e nem sonhava com uma vaga na libertadores. Estava nesse período arrumando a casa, pagou dívidas, reduziu dívidas, aumentou receitas e enfim conseguiu conquistar a maioria dos títulos que disputou no ano passado. No início desse ano, com tudo que arrecadou e tudo que conquistou pode negociar de maneira mais vantajosa seus contratos de televisão e patrocínio. E foi além, buscou também mudar a maneira como se negocia as transmissões de jogos. Como disse no início, acho bacana essa iniciativa e torço para que as coisas mudem para melhor. Mas infelizmente tenho a sensação de que não é em prol do todo, de todos e sim de si mesmo. De nada vai adiantar o Flamengo se tornar tão grande que perca-se competitividade e o campeonato não tenha mais graça. Ou se futuramente ele se sinta tão superior aos outros que esnobe a possibilidade de jogar contra algum time ou mesmo participar de um determinado campeonato.

Essa pandemia veio para atrapalhar ainda mais tudo que já era confuso. E mais uma vez o Flamengo “liderou” a confusão. Primeiro querendo que o futebol voltasse a qualquer custo no momento mais delicado dessa doença e nas últimas semanas pedindo a volta do público nos estádios. Conseguiu inclusive que tivesse jogo com público, que foi contrariado e rebatido pelos demais clubes da série A.


Será que já podemos ter público nos estádios?


Entendo que o público é um componente fundamental para o futebol, assim como para teatros, cinemas, shows. Ou seja, o público é fundamental para o entretenimento em geral. Mas a pergunta é, será que estamos preparados para receber esse público agora? Ou, será que o público está preparado para fazer parte desses eventos nessa nova realidade?


O Flamengo hoje conta com 17 infectados pelo novo coronavírus entre eles atletas, comissão técnica e dirigentes. Mesmo seguindo todos os protocolos e cuidados OBRIGATÓRIOS, teve todas essas pessoas infectadas. Embora a maioria seja atletas e possivelmente tenham sintomas leves, dirigentes e comissão técnica , além de parentes de todas essas pessoas, podem estar no grupo de risco ou mesmo terem imunidade baixa e assim terem maiores complicações devido a doença.

Fato é, o Flamengo estava no Equador e jogou dois jogos por lá, durante esse período teve praticamente metade do time titular infectado, e foi obrigado a jogar o segundo jogo com muitos desfalques correndo o risco de ter o jogo adiado. No domingo tem os mesmos desfalques e alguns mais contra um adversário direto na briga pelo campeonato brasileiro. E embora tenha concordado no início do campeonato que haja o que houvesse teria que fazer de tudo para colocar 11 jogadores em campo, podendo até ter um mínimo de 7, correndo o risco de perder por w.o. caso não conseguisse. Está pedindo o adiamento da partida e promovendo debates quanto a necessidade de realização da partida e o risco para os atletas e pessoas.


Mas não era pra voltar a ter público nos estádios?


O clube que desde o começo liderou a volta do futebol, volta do público, está agora sendo duramente penalizado pelo que tem defendido esse tempo todo.

Seria então castigo? Castigo para quem?

É justo que o jogo aconteça, prejudicando o clube que vem defendendo a volta do futebol e da torcida, tendo somente metade do time em condições de jogo e incluindo jogadores da base para compor o elenco?

Ou é justo que adie o jogo, usando o bom senso, para que diminua o risco para os outros jogadores, comissões técnicas, dirigentes e pessoas envolvidas no jogo e assim atrapalhar o time que foi coerente com os demais? Talvez favorecendo o Flamengo, pois teria seus jogadores recuperados para a partida adiada.

Mas e os clubes que já foram prejudicados e não tiveram seus jogos adiados, é justo com eles?


Difícil dizer quem está certo ou errado, mas tudo isso precisa ser revisto. Futebol não está acima de tudo, nem o protocolo é perfeito. Mas é preciso que tenha bom senso de ambas as partes.


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Episódio 10: Final

Já fazia seis meses que os dois tinham saído da casa das mães e Pedro completava cinco anos de namoro com Vivi. Os dois tinham combinado um jantar romântico no melhor restaurante da cidade, a mesa já estava reservada e Pedro ia passar na casa da namorada para irem juntos. Mas quando estava se arrumando, percebeu que o amigo não tava muito bem de saúde, estava todo coberto, suando e tremendo. Percebeu que estava com febre e decidiu ajudar o amigo.

Pedro tomou uma atitude que surpreendeu, ligou para a namorada e disse que não poderia sair hoje, pois Beto estava muito doente. Deixou de sair com Vivi e comemorar o aniversário de namoro deles para fazer companhia ao amigo que estava muito doente. Beto até que tentou não deixar o amigo perder a comemoração, mas o amigo deu a seguinte justificativa:

- Mulheres são iguais a anéis, você tira e põe a hora que quiser, mas família e amigos é dedo, você não troca, ficam pra sempre.

Com tal declaração de amizade ficou impossível Beto contestar. É nessa hora que se descobre as verdadeiras amizades, ser amigo nas festas, nos momentos bons, quando se tem dinheiro é muito fácil, mas ser amigo na doença, sem dinheiro e nos piores momentos é muito complicado. Poucas pessoas são capazes de amar como amigo sem pedir nada em troca.

A Vivi ficou chateada com o cancelamento do jantar, era uma comemoração especial. Contudo ela entendeu e deu razão ao namorado, se estivesse no lugar dele faria o mesmo por uma amiga.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Episódio 9: O dia em que a sorte mudou de lado

Dormir na casa da mãe não foi uma boa idéia, comidinha gostosa, cama macia, quentinha, mas fez com que Pedro perdesse a hora e chegasse atrasado ao trabalho. Por incrível que pareça essa seria a primeira vez que ele cometeria essa falha. Desde quando saíram de casa e foram morar sozinhos, esse era o emprego que Pedro menos gostava, mas o que ele conseguiu permanecer por mais tempo. A gerente do pet shop era muito exigente e vivia pegando no pé dele, ele sempre molhava o banheiro todo para lavar os animais, isso quando não deixava cair um xampu e enchia aquilo tudo de espuma. Contudo, inexplicavelmente todos os donos dos cachorros adoravam os banhos, levavam novamente seus filhotes para novos banhos, elogiavam absurdamente o trabalho realizado por ele. Diziam que seus animais nunca tiveram tão limpos e cheirosos. Isso deixava Flávia indignada, já que não tinha motivos para demiti-lo. Cada vez que ouvia um elogio a Pedro uma nova ruga marcava seu rosto, ela tinha que sorrir e agradecer, mas a vontade era de dizer à bagunça que ele armava para deixar aqueles animais tão bem cuidados. Chegou a pensar em dizer que ele afundava os cães numa banheira de sais, para que eles ficassem tão limpos. Mas sua seriedade e profissionalismo não permitiram que cometesse tal desatino, já que também temia por uma debandada dos clientes.

A chegada, com uma hora de atraso era a oportunidade de Flávia para mandar Pedro pra rua. Mas exatamente naquele dia, a sorte estava ao lado do lavador de cães. O dono do pet shop estava na loja e sabia da boa fama do trabalhador. Deixou a gerente dar a bronca em Pedro por chegar atrasado, mas impediu que ela o mandasse embora, comentou do sucesso do seu trabalho e garantiu sua permanência dizendo que embora tivesse errado essa era a primeira falha, mas que da próxima vez seria advertido.

Pedro ficou surpreso e feliz, não sabia que estava fazendo um excelente trabalho, mas tinha estranhado o número de banhos ter aumentado e alguns até sendo agendados com antecedência. Percebeu que foi bom ter atrasado, ganhou prestigio e moral com o dono. Até conseguiu trabalhar mais disposto.

Já a noite de Beto não foi como ele esperava, a mulher era incrível, o jantar foi ótimo, mas toda a preparação não foi suficiente para alcançar o objetivo final “ter uma noite maravilhosa de sexo”. A advogada foi dura na queda, elogiou tudo, mas disse que estava gostando demais dele e não queria correr o risco de estragar as coisas. Isso deixou Beto indignado. Como fazer sexo poderia estragar as coisas? Ao contrário, não fazer sexo poderia fazer com que Beto perdesse o interesse nela. Ele tentou argumentar, mas não teve jeito, ela foi irredutível, para ela, quanto mais tempo conseguisse “segurá-lo” maior a probabilidade dos dois terem algo mais “sério”.

Para Beto essa foi a pior decisão que ela poderia ter tomado, ficou indignado por ter preparado um jantar todo especial e não ter concluído da maneira que gostaria e prometeu para si mesmo que jamais ligaria para ela novamente.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Episódio 8: A cena do banheiro

Beto entra em casa e se depara com uma cena que torcia para não ver, seu amigo Pedro tomando banho. Isso até que não era surpresa, principalmente depois que começaram a morar juntos, tornou-se algo comum, mas o amigo estava se masturbando. Beto ficou indignado, como é que podia um cara que namorava, que tava sempre vendo a namorada e ainda fazia essas coisas. Ele mesmo costumava fazer isso direto, mas vivia numa incerteza sexual, numa semana eram várias, na outra, nenhuma. Pedro tinha a namorada sempre ali, ela vivia na casa deles e quase sempre ele era obrigado a ir fazer outra coisa porque chegava a casa e o tapete estava de cabeça para baixo. Mas depois de alguns segundos refletindo sobre isso, resolveu sacanear o amigo e gritou:

- Ah! Peguei o punheteiro safado.

Pedro tomou um baita susto, quase caiu no chão do box. Não sabia se continuava o que estava fazendo ou se virava para falar com Beto. Mas logo percebeu que não teria mais jeito de continuar. O susto tinha acabado com o “clima”.

Ainda de toalha, Pedro saiu do banheiro, foi reclamar com o amigo pelo susto que ele tinha dado. Atrapalhou toda a concentração. Beto indignado, falou tudo que havia pensado anteriormente, não se conformava com o fato de o amigo namorar, ter uma vida sexual ativa e ainda ficar no banheiro fazendo essas coisas. Pedro explicou que tem coisas que não mudam e permanecem pela vida inteira. Você pode ter a melhor mulher do mundo, mas uma hora vai acabar fazendo isso, não porque você sente falta de sexo, mas porque esta no instinto do homem permanecer com a masturbação ao longo da vida e finalizou com a seguinte frase:

- Tem dias que você quer agradar só a você.

Beto quase se esqueceu do que tinha pra falar com Pedro, hoje era o dia dele, pediu para que o amigo arrumasse algo pra fazer fora do apartamento, pois ele iria trazer uma mulher para um jantar. Essa era uma amiga do interior, uma advogada que Beto conheceu numa festa de peão. Ela veio para a cidade a trabalho e quis aproveitar para visitar o cara que a deixou louca, debaixo das arquibancadas, durante o show do Rio Negro e Solimões.

A tarefa era complicada para Pedro, logo naquele dia ele não veria sua namorada, esse era um dos motivos de ter sido flagrado no banheiro. O jeito foi fazer uma visita à casa da mamãe, aproveitar para comer bem e receber cafuné para dormir.

O jantar com a advogada foi muito bom, porém uma surpresa no meio da noite ainda estava por vir...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Episódio 7: A visita das mães

Dona Maria mãe de Pedro e Dona Cida mãe de Beto, decidem fazer uma visitinha ao apartamento dos filhos. Elas não conheciam, estavam todo esse tempo apostando o dia que eles desistiriam dessa idéia maluca de sair da barra da saia delas. Porém passaram dias, meses, as duas cansaram de apostar e decidiram averiguar o que acontecia com seus meninos.

De cara acharam vários defeitos, criticaram tudo, a sala tava bagunçada, o banheiro tava sujo, a cozinha estava uma zona e no quarto elas mal conseguiram entrar. Não tinha cabimento dividirem o mesmo quarto, sendo que cada um tinha o seu em suas casas.

A espalhafatosa Dona Maria era a mais indignada, era impossível aceitar que o filho criado com tanto amor e carinho dormisse na cama de baixo. Ela nasceu na Bahia, veio para a cidade adolescente, mas carregava no sangue a garra da mulher e mãe baiana. Ela era típica baiana arretada, autoritária com os filhos e o marido, mas ai de quem falasse mal de um deles. Ela literalmente “rodava a baiana”. A educação dada ao filho era bem simples:

- Venha meu filho, acompanhe sua mãe se não te deixo pra trás.

Tadinho do Pedro, sempre ficava pra trás. Porém, completamente diferente era Dona Cida, essa era daquelas mães de antigamente, ia à missa todo domingo, tímida, conservadora, falava baixinho e tinha cara de senhora, uma típica professora de história e que tratava seu filho como se ele tivesse 2 anos. Só não dava comida na boca e banho porque ele não deixava.

Uma coisa as duas tinham em comum, o amor pelos seus filhos, cada uma fez questão de preparar a comida preferida deles, demoraram bastante, já que só uma podia ficar dentro da cozinha, o revezamento era cronometrado para que a comida não queimasse e nem saísse do ponto. Mas depois de todo trabalho o almoço foi servido com todo amor e carinho.

Durante o almoço iniciou-se mais uma tentativa de convencer os filhos a voltarem para suas casas. Dona Cida começou a argumentação com seu discurso carinhoso que quase convenceu Beto e que o fez chorar. Já Dona Maria, disse logo para Pedro voltar para casa e que o lugar dele era perto de sua mãe.

Embora a comidinha das mamães tivesse balançado e dado saudades da vida boa e da mordomia, os dois sem titubear foram enfáticos, queriam continuar onde estavam, era difícil, era trabalhoso, mas se orgulhavam de estarem crescendo como homens e criando responsabilidades que não teriam adquirido se ainda morassem com suas mães.

As duas quase choraram orgulhosas dos filhos, perceberam que aqueles menininhos tinham crescidos, tinham se tornado homens e que saíram definitivamente da “barra da saia” delas. Foram embora, tristes por não terem mais seus filhos perto delas, mas orgulhosas pelo bom trabalho que fizeram na criação deles.

Elas sabiam que depois que cresce o filho vira passarinho e quer voar.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Episódio 6: Os brincos de argolas

Beto chegou a casa cambaleando e sem nenhuma sensibilidade no corpo. Deparou-se com o casal feliz que tomava café da manhã, invejou a noite que os dois tiveram e disse a Vivi que ele ainda sentia o sacrifício da noite passada e ela teria que recompensá-lo apresentando alguma amiga bonita.

Sem muito tempo para descansar, Beto, foi logo ao trabalho, o corpo todo dolorido e a lembrança do pavor da noite passada ainda o assustava. Vivi foi embora trabalhar e Pedro voltou à rotina de procurar emprego.

As coisas pareciam estar indo bem para Pedro, conseguiu emprego logo no primeiro lugar que procurou, um pet shop. Ele não tinha a menor experiência com cachorros, nem gostava muito deles, mas imaginou que poderia ter grandes chances. Sua função era dar banho nos gatos e cachorros de todas as raças e tamanhos. Combinou e acertou todos os detalhes, mas como estava quase no final de semana iria começar a trabalhar somente na semana seguinte.

Na segunda-feira, além do inicio de Pedro no novo emprego, as coisas começaram bem para Beto, conheceu uma moça que foi visitar o observatório, ela usava brincos de argolas, característica que deixou ele encantado logo de cara, ela também era muito bonita, cabelos pretos, pele clara e um belo sorriso. Ele não resistiu e a convidou para sair. Eles foram a um restaurante, conhecido na cidade pela variedade de vinhos. O lugar era bastante aconchegante, não era muito iluminado, o ambiente permanecia quase todo na penumbra, o que tornava o lugar bastante romântico. Algumas mesas eram de madeira com bancos de barris, lembrava uma vinícola e o cardápio permitia que o cliente escolhesse vinhos dos mais variados sabores e países.

Era um lugar bastante especial, Beto só levava quem ele achava que merecia. Após um fondue e algumas taças de vinho, começaram a falar de relacionamentos e finalmente entraram no assunto que tanto lhe interessava, os brincos de argola que ela usava. Beto era fascinado por mulheres que usavam brincos de argolas, ele tinha visto, há muito tempo atrás, num desses programas de estudos antropológicos, em que eles faziam uma analogia entre mulheres que usavam brincos de argolas no passado com as mulheres que usavam nos dias atuais. As mulheres, no passado, usavam os brincos quando estavam no período fértil e as atuais que usavam se entregavam mais ao sexo, proporcionando assim sexo com mais qualidade.

Patrícia deu um belo sorriso e começou a mostrar que a teoria de Beto poderia ter um fundo de verdade, dizendo que só haveria uma maneira dele constatar a verdade.

O desfecho da noite não foi muito surpreendente, os dois deitados sobre uma cama redonda, com sorriso na cara, Beto olhando para o espelho do teto e constatando que a sua teoria estava certa. Ao lado dele havia uma mulher sensacional.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Episódio 5: A noite na casa da enfermeira

Beto tinha um pouco de receio em aceitar o convite de Marta, chegou a pensar em desistir e ir dormir num hotel, mas criou coragem e foi conhecer tudo o que aquela enfermeira tinha a oferecer.

Ele tinha conhecido ela no banco, mas soube pelo amigo de um amigo do banco, que Marta era um pouco possessiva, ficava ligando e cobrando para ver todo dia, além de ser um pouco masoquista na cama. Esse último não importava a Beto, era até o que motivava ao sacrifício, já o primeiro preocupava, não queria nenhuma mulher no pé, ligando e nem vê-la todo dia.

Marta era uma moça pacata que trabalhava num hospital e não saía muito de casa. Diziam as más línguas do hospital que por de baixo daquela roupa branca havia uma tarada masoquista. Todos os médicos, enfermeiros, estagiários e até algumas enfermeiras eram loucos para tirar a limpo essa história, mas ela nunca dava chance a ninguém.

Beto sabia da fama de masoquista e deixou que isso o guiasse. Parou em frente à porta do apartamento de Marta, respirou fundo e tocou a campainha.

Ela estava de vestido florido, de alça, decote reto e o comprimento apenas passava o joelho. O cabelo, preto, estava solto e a franja e os óculos deixavam Marta com uma aparência angelical. Aquela cena deixou Beto intrigado, teria seu amigo exagerado ou tudo que ouviu eram boatos, ou existia sim, uma mulher avassaladora disfarçada de boa moça?

O jantar foi preparado especialmente, a comida era a especialidade, escondidinho de carne. Seria, talvez, uma mensagem subliminar a respeito da moça? A enfermeira cozinhava muito bem, ele chegou a ficar mole de tanto que comeu. Sentou no sofá para descansar e fazer a digestão, nem percebeu quando Marta começou a caminhar em sua direção, já com um olhar felino, prestes a dar o bote na presa.

Quando ele percebeu, ela estava em seu colo beijando seu pescoço e arrancando sua camiseta. Sem deixar o susto abalar, ele também retribuiu os beijos e as mãos começaram a percorrer o corpo dela. Marta começou a beijar seu pescoço e deu uma forte mordida na orelha de Beto, sua vontade era tão grande que quase ao mesmo tempo ela apertou com toda a força o “Betinho”. Ele deu um grito que misturava prazer e choro, Beto arregalou os olhos e não conseguia dizer uma palavra, nem respirar ele conseguia, alcançou algumas almoçadas e apertou-as com força, ela, achando que ele estava gostando sorriu e apertou ainda mais forte. Saiu outro grito, esse mais baixo e fino.

Se aproveitando do momento, ela apanhou as algemas escondidas próximas ao sofá e prendeu os braços dele. Em seguida arrancou a bermuda, deixando Beto apenas de cueca. Ele ficou aflito no inicio, mas logo começou a gostar, uma de suas fantasias era ser dominado por uma mulher. Marta o carregou até o quarto, prendeu-o na cama com os braços abertos e vendou seus olhos. Ele estava gostando, só conseguia pensar que seria abusado sexualmente por uma mulher, mas mal sabia Beto, que ela estava com outras intenções.

A enfermeira foi até o banheiro e voltou com alguns objetos. Ela tirou o vestido e deitou sobre o corpo de Beto, começou beijando seu pescoço e descendo até o pé. Pegou um dos objetos que havia trazido do banheiro, uma pinça, começou arrancando os poucos pelos do nariz, do peito e da barriga, só parou quando Beto gritou:

- Para com isso, pelo amor de deus!

Marta deu uma risadinha, tranquilizou com beijinhos e pegou uma vela acesa. Começou a pingar cera no umbigo, nos limites do perigo. Ela não estava a fim de parar. E Beto começou a ficar com medo, ameaçou gritar socorro, mas logo foi calado. Marta pegou um chicote e começou a bater em Beto, dizendo que ele era um menino muito malvado e que merecia apanhar. Ele não estava mais conseguindo ver graça naquilo tudo, começou a se debater e pedir para ser solto. Marta custou a achar que fosse sério, decidiu deixar ele de castigo e foi tomar banho. Quando voltou Beto já estava dormindo, ficou triste, ela ainda pretendia encaixar uns brinquedinhos em alguns orifícios. Mas apenas deitou-se ao lado dele e também dormiu.